Nos longes d'água... Ó tardes de novena!
Tardes de sonho em que a poesia escorre
E os bardos, a sonhar, molham a pena!
Ao longe, os rios de águas prateadas
Por entre os verdes canaviais, esguios,
São como estradas liquidas, e as estradas
Ao luar, parecem verdadeiros rios!
Os choupos nus, tremendo, arrepiadinhos,
O xaile pedem a quem vai passando...
E nos seus leitos nupciais, os ninhos,
As lavandiscas noivam piando, piando!
O orvalho cai do céu, como um unguento.
Abrem as bocas, aparando-o, os goivos...
E a laranjeira, aos repelões do vento,
Deixa cair por terra a flor dos noivos.
E o orvalho cai... E, à falta d'agua, rega
O vale sem fruto, a terra árida e nua!
E o Padre-Oceano, lá de longe, prega
O seu Sermão de Lágrimas, à Lua!
Tardes de Outono! ó tardes de novena!
Outubro! Mês de Maio, na lareira!
Tardes...
Lá vem a Lua, gratiae plena,
Do convento dos céus, a eterna freira!
Tardes de sonho em que a poesia escorre
E os bardos, a sonhar, molham a pena!
Ao longe, os rios de águas prateadas
Por entre os verdes canaviais, esguios,
São como estradas liquidas, e as estradas
Ao luar, parecem verdadeiros rios!
Os choupos nus, tremendo, arrepiadinhos,
O xaile pedem a quem vai passando...
E nos seus leitos nupciais, os ninhos,
As lavandiscas noivam piando, piando!
O orvalho cai do céu, como um unguento.
Abrem as bocas, aparando-o, os goivos...
E a laranjeira, aos repelões do vento,
Deixa cair por terra a flor dos noivos.
E o orvalho cai... E, à falta d'agua, rega
O vale sem fruto, a terra árida e nua!
E o Padre-Oceano, lá de longe, prega
O seu Sermão de Lágrimas, à Lua!
Tardes de Outono! ó tardes de novena!
Outubro! Mês de Maio, na lareira!
Tardes...
Lá vem a Lua, gratiae plena,
Do convento dos céus, a eterna freira!
Fotos: Estas fotografias foram retiradas de diversos blogs e sites na Internet e não faziam referencia ao seu autor. Se eventualmente for o autor de alguma delas, por favor entre em contacto comigo para a mesma ser retirada, ou ser-lhe atribuída uma autoria.
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