Os meios de comunicação social estão de tal modo enraizados nas nossas vidas, que nem damos pela sua existência. A informação entra tão naturalmente na nossa casa, no nosso trabalho, nas nossas férias e até nos nossos momentos mais privados, que é quase absurdo pararmos para pensar o que seria do mundo sem jornais, revistas, panfletos, sites, blogues, grupos sociais, grupos de amigos, televisão ou rádio.
A comunicação é uma necessidade humana e é através dela, que os homens interagem uns com os outros e se integram socialmente. Os meios de comunicação social surgiram, para dar voz a essa mesma necessidade.
Durante mais de dois mil anos, o meio de comunicação social por excelência foi o jornal.
O primeiro jornal chamava-se Acta Diurna e nasceu no ano 59 A.C., por ordem de Júlio César. Esta criatura quase divina, ocupava-se principalmente a conquistar territórios para o Império Romano mas, gostava de manter o povo informado das novidades políticas e escândalos do senado, assim como dos acontecimentos sociais mais relevantes. A Acta Diurna era escrita em grandes placas brancas, que, por sua vez, eram expostas em locais públicos nas principais cidades do Império Romano.
Os jornais foram manuscritos durante séculos, até que, em 1447, o alemão Johann Gutemberg inventou a prensa mecânica. Esta invenção veio revolucionar e democratizar o conhecimento, pois permitiu, que todos os livros passassem a ser editados por um processo mecânico, portanto mais fácil, rápido e barato.
Através dos boletins informativos (jornais), as novidades eram rapidamente conhecidas, e, as notícias sobre o comércio e assuntos financeiros chegavam, cada vez a mais comerciantes e homens de negócios. As notícias sensacionalistas e de carácter social faziam as delícias das mentes mais imaginativas; mas, o facto é que cada vez mais, as pessoas comuns tinham acesso a novas formas de pensar, novas culturas e novos saberes.
Apesar da crescente popularidade dos boletins informativos, seria só quase duzentos anos após a invenção da imprensa (primeira metade do Séc. XVII), que aqueles surgiram como publicações periódicas organizadas. Os primeiros jornais modernos surgiram na Europa Ocidental e foi a Alemanha a sua pioneira, com o Avisa Relation oder Zeitung editado pela primeira vez em 1609. A Bélgica, em 1616 publicou o Nieuwe Tijdingen e a França publicou o Gazette em 1631. Só no ano de 1665, a Inglaterra viria a lançar o London Gazette, jornal que sobreviveu até aos nossos dias.
Estes jornais noticiavam principalmente, acontecimentos sobre guerras e conquistas dos países europeus, assim como os escândalos das famílias reais alheias. Ocasionalmente incluíam notícias vindas da América ou da Ásia ou acontecimentos locais.
Na Segunda metade do Séc XVII, os jornais passaram a incluir nas suas histórias acontecimentos nacionais e locais; então, tiveram que enfrentar algo novo: a censura. O relato de certos factos despertavam nos leitores, opiniões pró ou contra, e isso desagradava aos governos e pessoas influentes. Em 1766 a Suécia foi o primeiro país a aprovar uma lei sobre a liberdade de imprensa.
Em 1844, a invenção do telégrafo veio revolucionar toda a filosofia jornalística. A partir desta data as novidades atravessavam continentes e oceanos em minutos. Os jornais passaram a noticiar acontecimentos relevantes passados em todo o mundo. Então nasceu o Jornal Diário: o primeiro apareceu no Japão em 1870 e chamava-se Yokohama Mainichi Shimbun.
Em meados do Séc. XIX, os jornais tornaram-se o principal veículo de recepção e divulgação de informação. Eles foram os senhores do mundo da informação até 1920, ano em que eclodiu a rádio. Mais uma vez, os jornais tiveram que reavaliar toda a sua filosofia e estruturas. Os editores renovaram os formatos e o conteúdo das suas publicações, a fim de torná-las mais atraentes; também as notícias passaram a ter uma cobertura mais ampla e de maior profundidade.
Os jornais sobreviveram ao rádio; tornaram as suas notícias mais especializadas e de melhor qualidade, até que, em 1940, surgiu a televisão.
Entre 1940 e 1990 a venda de jornais caiu cerca de um terço. O mundo viu muitos fecharem as suas portas, impotentes para se adaptarem a esta nova conjuntura. Mas a grande maioria sobreviveu: os editores revolucionaram as suas publicações tanto do ponto de vista gráfico (o uso corrente da cor) como de conteúdos.
A partir de 1990, com a Internet, mais uma vez este meio de comunicação se adaptou e provou que tem um lugar muito especial na sociedade. Hoje, são milhares os jornais online que podemos consultar a qualquer momento. Apesar disso, continuamos a ver o suporte em papel espalhado pelas bancas, o que faz pensar que há certas tradições que nunca morrem.
Bibliografia: www.historicpages.com, Enciclopédia Larousse
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