10 de maio de 2009

Imagens da Natureza e um Poema de António Nobre

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Imagens da Natureza e um Poema de António Nobre

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A Poesia do Outono de António Nobre, in "Só"

Noitinha. O sol, qual brigue em chamas, morre
Nos longes d'água... Ó tardes de novena!
Tardes de sonho em que a poesia escorre
E os bardos, a sonhar, molham a pena!

Ao longe, os rios de águas prateadas
Por entre os verdes canaviais, esguios,
São como estradas liquidas, e as estradas
Ao luar, parecem verdadeiros rios!

Os choupos nus, tremendo, arrepiadinhos,
O xaile pedem a quem vai passando...
E nos seus leitos nupciais, os ninhos,
As lavandiscas noivam piando, piando!

O orvalho cai do céu, como um unguento.
Abrem as bocas, aparando-o, os goivos...
E a laranjeira, aos repelões do vento,
Deixa cair por terra a flor dos noivos.

E o orvalho cai... E, à falta d'agua, rega
O vale sem fruto, a terra árida e nua!
E o Padre-Oceano, lá de longe, prega
O seu Sermão de Lágrimas, à Lua!

Tardes de Outono! ó tardes de novena!
Outubro! Mês de Maio, na lareira!
Tardes...
Lá vem a Lua, gratiae plena,
Do convento dos céus, a eterna freira!








Fotos: Estas fotografias foram retiradas de diversos blogs e sites na Internet e não faziam referencia ao seu autor. Se eventualmente for o autor de alguma delas, por favor entre em contacto comigo para a mesma ser retirada, ou ser-lhe atribuída uma autoria.

Arte 3D

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Estas criações são fantásticas! Vejam estes desenhos criativos feitos nas ruas de algumas cidades.

Visualizando-as sob determinando ângulo, as pessoas que passam tem a ilusão de estar defronte de um abismo, de um carro, de um poço, de uma queda d'água, devido aos seus efeitos tridimensionais.


9 de maio de 2009

Imagens da Natureza e um Poema de Charles Baudelaire

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A Giganta de Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
(Tradução de Delfim Guimarães)

No tempo em que a Natura, augusta, fecundanta,
Seres descomunais dava à terra mesquinha,
Eu quisera viver junto d'uma giganta,
Como um gatinho manso aos pés d'uma rainha!

Gosta de assistir-lhe ao desenvolvimento
Do corpo e da razão, aos seus jogos terríveis;
E ver se no seu peito havia o sentimento
Que faz nublar de pranto as pupilas sensíveis

Percorrer-lhe a vontade as formas gloriosas,
Escalar-lhe, febril, as colunas grandiosas;
E às vezes, no verão, quando no ardente solo

Eu visse deitar, numa quebreira estranha estranha,
Dormir serenamente à sombra do seu colo,
Como um pequeno burgo ao sopé da montanha!










Fotos: Estas fotografias foram retiradas de diversos blogs e sites na Internet e não faziam referencia ao seu autor. Se eventualmente for o autor de alguma delas, por favor entre em contacto comigo para a mesma ser retirada, ou ser-lhe atribuída uma autoria.

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