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14 de fevereiro de 2010

O Milagre de S. Valentim

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- Sabeis, minha esposa, que vossa filha Mariana disse na minha cara que só casaria por amor? Tendes que educá-la melhor e fazer-lhe ver que essa postura não é própria de uma donzela. – Sentenciou Damião, enquanto a mulher socava a massa para fazer o pão.

- Tendes de ter paciência Damião, então não vedes como os tempos estão a mudar? – Disse Beatriz não parando um momento de amassar. Olhou ternamente para o marido que estava sentado em frente à lareira, enquanto beberricava o vinho numa malga de madeira, finamente esculpida. Era uma peça muito bonita, que tinha vindo do oriente pelas mãos de seu irmão Bartolomeu.

- Mas de que mudanças falais? – Exasperou-se Damião. – Ela casará com quem eu lhe disser, tal como nós casamos. Dizei-me Beatriz, precisámos nós de amor para nos respeitarmos, termos filhos e labutar? Ela casará com o filho do Noronha. Já tenho tudo pensado.


Por Luísa L.

11 de novembro de 2009

Encontro com a Morte

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Mariana vestiu uma gabardina comprida e calçou umas galochas. Fez tudo na penumbra e sem barulho, pois não queria que a sua mãe se apercebesse que ela ia sair. Aquele não era o momento ideal, para ser submetida a um dos inquéritos de Dona Ermelinda. Depois pegou num velho guarda-chuva, abriu a porta da frente e saiu de casa no mais absoluto silêncio, resolvida a enfrentar aquela chuva persistente, que não acalmava, ia para dois dias. Decidiu caminhar pela estrada de terra batida, pois, mesmo a andar com muito cuidado para não cair na lama escorregadia, chegaria muito mais depressa à Quinta das Laranjeiras. Tinha de se apressar. Dentro de uma hora seria noite escura. Andou cerca de quinhentos metros na estrada paralela ao cemitério e depois meteu por uma vereda larga, ladeada de vinha.
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