- Sabeis, minha esposa, que vossa filha Mariana disse na minha cara que só casaria por amor? Tendes que educá-la melhor e fazer-lhe ver que essa postura não é própria de uma donzela. – Sentenciou Damião, enquanto a mulher socava a massa para fazer o pão.
- Tendes de ter paciência Damião, então não vedes como os tempos estão a mudar? – Disse Beatriz não parando um momento de amassar. Olhou ternamente para o marido que estava sentado em frente à lareira, enquanto beberricava o vinho numa malga de madeira, finamente esculpida. Era uma peça muito bonita, que tinha vindo do oriente pelas mãos de seu irmão Bartolomeu.
- Mas de que mudanças falais? – Exasperou-se Damião. – Ela casará com quem eu lhe disser, tal como nós casamos. Dizei-me Beatriz, precisámos nós de amor para nos respeitarmos, termos filhos e labutar? Ela casará com o filho do Noronha. Já tenho tudo pensado.
Por Luísa L.