A História do Biquini

Até ao início do século XX a praia era apenas um local de passeio, mas a partir de certa altura os banhos começaram a ser vistos de uma maneira salutar e lúdica. Então as famílias levavam as crianças para a praia e aproveitavam a época para fazer as suas férias à beira-mar. Estamos na primeira década de 1900 quando surge uma nova necessidade: criar roupas adequadas para a estação balnear. As modistas multiplicam os seus esforços e fazem roupas leves mas que, obviamente, tapam o máximo possível do corpo, tanto dos raios solares como dos olhares alheios.

Com o passar do tempo, os fatos de banho tornaram-se mais práticos e mais pequenos, no entanto era impensável algo tão minúsculo como o biquíni.

A 30 de Junho de 1946, após a Segunda Guerra Mundial (1939-45), quando explodiu uma bomba atómica no atol de Bikini, no Oceano Pacífico, o mundo inteiro chorou, indignou-se e revoltou-se com estes testes nucleares dos EUA. Cinco dias depois, o mundo volta a indignar-se a escandalizar-se quando nas passerelles Parisienses apareceu uma nova e ousada moda de praia: o biquíni.

Inventado pelo engenheiro mecânico francês Louis Réard, o biquíni foi baptizado com esse nome na tentativa de ter o mesmo impacto na moda feminina, como a bomba atómica teve no atol do mesmo nome: arrasar com as ideias conservadoras da sociedade!

E as opiniões dividiram-se: se uns achavam que o modelo de duas peças não passava de um ultraje, uma afronta aos bons costumes, outros pensavam que a mudança já chegava tarde e não demoraram muito a aderir ao novo movimento de mostrar o umbigo.

Este famoso biquíni era feito de algodão estampado e cabia dentro de uma caixa de 10 centímetros de lado. Para enfatizar a pequenez do invento, Louis Réard dizia que o biquíni só seria verdadeiramente explosivo se conseguisse passar por uma aliança de casamento.

As sociedades reagem sempre ao novo, e, claro que também reagiram ao biquíni. Não se fizeram esperar opiniões pró e anti biquíni. O impacto desta minúscula peça de vestuário foi tão grande que houve países que proibiram o seu uso. E sabem que o nosso país foi um deles? Pois é! O Ditador Oliveira Salazar, homem muito apegado à moral e bons costumes, apesar de manter uma guerra em África e manter o seu povo aterrado ou emigrado, proibiu o uso de tal peça indecente e provocadora de maus pensamentos.

Até a maioria da Imprensa internacional, que normalmente é mais aberta à novidade, desaprovou o biquíni, chegando alguns jornais a referir que o minúsculo modelo não ia durar mais de quinze dias. Como estavam enganados!

Naquele tempo, Louis Réard, teve muita dificuldade em encontrar quem vestisse o seu biquíni para o apresentar publicamente. As modelos de haute couture recusavam-se a usar algo tão pequeno. Então o engenheiro convidou uma bela bailarina, que ganhava a vida a dançar num casino parisiense, e a pequena peça lá foi apresentada ao público em 5 de Julho de 1946.

Enquanto muitas vozes protestavam contra o biquíni, este começava a ser olhado com agrado por parte das estrelas de cinema e da alta sociedade, que a pouco e pouco foram aderindo á moda.

Grandes actrizes como Jane Mansfield, Brigitte Bardot, Marilyn Monroe, Rita Hayworth, Ava Gardner, Joan Collins e Ursula Andress, desfilavam pelas praias com os seus pequenos biquínis.

Em 1959, a marca DuPont apresentou ao mundo algo que revolucionaria para sempre os biquínis e toda a roupa interior: a lycra.

Se a década de 60 se caracterizou pelo total sucesso do biquíni, a de 70 daria início a novas concepções e modelos desta pequena peça. Nos anos 80 as tangas e os biquínis fio dental fizeram furor e nos anos 90 o topless tornou-se comum em qualquer praia.

Claro que hoje pode usar-se qualquer modelo na praia, pode fingir que usa, ou mesmo não usar, pois ninguém liga muito a isso!...

Fotos: Estas fotografias foram retiradas de diversos blogs e sites na Internet e não faziam referencia ao seu autor. Se eventualmente for o autor de alguma delas, por favor entre em contacto comigo para a mesma ser retirada, ou ser-lhe atribuída uma autoria.