5 de janeiro de 2011

Breve História da Fotografia


A primeira pessoa no mundo a tirar uma verdadeira fotografia - se a entendermos como uma imagem inalterável, produzida pela acção directa da luz - foi o francês Joseph Nicéphore Niepce, em 1826. Ele conseguiu reproduzir, após dez anos de experiências, a vista descortinada da janela do sótão de sua casa, em Chalons-sur-Saône. Por volta de 1822, Niepce já trabalhara com um verniz de alfalto (betume da Judéia), aplicado sobre vidro, além de uma mistura de óleos destinada a fixar a imagem. Com esses materiais, obteve a fotografia das construções vistas da janela de sua sala de trabalho - após uma exposição de oito horas. Contudo aquele sistema heliográfico era inadequado para a fotografia comum e a descoberta decisiva seria feita por um homem muito mais cosmopolita: Louis Daguerre.


Ela ocorreu em 1835, quando Daguerre apanhou uma chapa revestida com prata e sensibilizada com iodeto de prata e que apesar de exposta não apresentara sequer vestígios de uma imagem, e guardou-a, displicentemente, num armário. Porém, ao abri-lo no dia seguinte encontrou sobre ela uma imagem revelada. Criou-se uma lenda em torno da origem do misterioso agente revelador - o vapor de mercúrio -, sendo atribuído a um termómetro partido. Entretanto, o mais provável é que Daguerre tenha despendido algum tempo na busca daquele elemento vital, recorrendo a um sistema de eliminação.

Em 1837, ele já havia padronizado esse processo, no qual usava chapas de cobre sensibilizadas com prata e tratadas com vapores de iodo e revelava a imagem latente, expondo-a à acção do mercúrio aquecido. Para tornar a imagem inalterável, bastava simplesmente submergi-la em uma solução aquecida de sal de cozinha.

Pode-se portanto perceber que a fotografia não é descoberta de um único homem. Muitas experiências de alquimistas, físicos e químicos sobre a acção da luz, foram de extrema relevância no contexto da fixação de imagens. As descobertas entrelaçam-se no mundo da fotoquímica. A história da fotografia está, portanto, directamente ligada ao estudo da luz e dos fenómenos ópticos.

Foi ainda na Grécia antiga que o filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) constatou que os raios de luz solar, durante um eclipse parcial, ao atravessarem um pequeno orifício, projectavam na parede de um quarto escuro a imagem do exterior. Este método primitivo de produzir imagens recebeu o nome de câmara escura, tendo sido usada pela primeira vez com utilidade prática pelos árabes, no século XI, para observar os eclipses. É portanto nesta primitiva câmara que se encontram os princípios básicos da câmara fotográfica.

Fonte: Enquadramentos

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