2 de janeiro de 2011

Mesopotâmia - Terra entre Rios

"O rio é uma pessoa. Tem nome. Este nome é muito velho porque o rio, ainda que sempre morra e renasça, é muito antigo.

Existia antes dos homens e antes da aves. Desde que os homens nasceram, amaram os rios e tão logo souberam falar lhes deram nomes."

Rémy de Gourmont

Mesopotâmia – A terra entre rios
Em grego “Mesopotâmia” significa “terra entre rios”. Na verdade, esta palavra designa uma região que se estende para lá dos rios Tigre e Eufrates: um triângulo delimitado pelo estuário destes rios, pela cidade de Alepo e pelo lago Rezaye. Esta região corresponde ao actual Iraque.


Dois rios benfazejos
O Os rios Eufrates (com 2780km de extensão) e o Tigre (com 1950km de comprimento) nascem nas montanhas da Arménia, correm em direcção ao golfo Pérsico, irrigando dois grandes vales de fértil solo argiloso. Os agricultores cultivavam o trigo e a cevada, criavam cabras e ovelhas. Para além destas terras férteis estendem-se as estepes e o deserto, onde viviam pastores nómadas.

Chuvas torrenciais
Estas chuvas são irregulares e caem sobre as montanhas do Tauro e os Montes Zagros. Quando a precipitação é muito intensa ocorrem inundações súbitas e catastróficas. Torrentes de água e resíduos engoliam então as antigas aldeias, e as planícies desapareciam sobre um imenso lago de lama. Se a chuva for muito escassa, o curso dos rios diminui drasticamente, sobrevêm então as secas e as populações ficavam sem alimento.

Dois rios sagrados
Estes antigos povos da Mesopotâmia consideravam o Tigre e o Eufrates como divindades, aos quais chegavam a recorrer até para fazer justiça. Quando um acusado de crime grave reclamava a sua inocência, e não havia provas da sua culpabilidade, ele era obrigado a mergulhar no rio sagrado: se se afogasse, é porque era culpado, se conseguisse escapar às águas, era declarado inocente.
Os povos que viviam naquelas terras férteis, escavavam canais de irrigação que conduziam as águas do rio aos campos e enchiam reservatórios para as estações secas.

Civilisations Anciennes, 1999, Editions Fleurus, Paris

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