5 de janeiro de 2011

Poeira das Estrelas

Nebulosa do Caranguejo – Remanescente da Supernova registada por astrónomos chineses em 1054 d.c. A Taxa de expansão é de 1500 Km por segundo. Em seu centro existe um pulsar (estrela de Neutrões) girando trinta vezes por segundo. Foto Hubble/NASA.


Nós somos poeira das estrelas. Você já ouviu esta frase?

Aqui vai uma explicação simples, se é que se pode simplificar, tal fato.

Logo após o Big Bang (evento que iniciou a formação deste Universo), a energia se condensou em matéria formando os elementos hidrogénio (74,9999…%), hélio (25%) e para cada bilião de átomos de hidrogénio um átomo de lítio. E só (as actuais observações da matéria existente no Universo comprova este fato).

Mas como? Nós somos formados por uma variedade muito grande de elementos: carbono, cálcio, ferro, fósforo, zinco, etc... De onde saiu tudo isto?

Simples, do interior das estrelas.

Os elementos iniciais do Universo, atraídos pela força da gravidade, foram acumulados em determinadas regiões do espaço e quanto mais matéria acumulada maior a força gravitacional, e mais matéria era anexada, até chegar ao ponto em que as nuvens atingiram densidade tal que levou a uma contracção violenta, o que fez com que o hidrogénio existente se fundissem formando mais hélio (fusão atómica), gerando calor, forçando a expansão da matéria que estava colapsando, estavam criadas as primeiras estrelas.

Berçário estelar - Nebulosa da Águia (os pequenos “grumos” são locais onde a matéria está se acumulando para formação de novas estrelas). Foto Hubble/NASA.

Uma estrela nada mais é do que um equilíbrio de forças: a gravidade contraindo e fundindo a matéria, o que gera calor, levando com que se expanda, expansão refreada pela força gravitacional.

Quando o hidrogénio se esgota, o equilíbrio é rompido, e o que se tem é uma nova contracção, levando a fusão do hélio em elementos mais pesados, que quando se esgota…

Este ciclo vai se repetindo até a formação do ferro, que por ser mais pesado se concentra no centro da estrela, só que o ferro não gera calor, pelo contrário, ele acumula calor, e quando este núcleo de ferro chega a determinada densidade e temperatura, o equilíbrio é novamente rompido, só que desta vez quem vence é o calor, e a estrela explode suas camadas externas. A este evento se chama Supernova ou, se a estrela for pequena como o Sol, uma Nova (este nome deve-se ao fato de parecer ter surgido uma estrela onde não havia nenhuma visível, a Supernova de Caranguejo foi tão intensa que a estrela se tornou visível, por vários meses, a luz do dia).

Eta Carina. Eta Carina ainda não explodiu em Supernova mas está “se desfazendo” de suas camadas externas. Foto NASA.

Quando explode uma Supernova, o calor e as pressões são tão intensas que formam os elementos mais pesados que o ferro e este “resíduo” estelar vai contaminar nuvens de gás e poeira próximos, fazendo com que a nova geração de estrelas possuam estes elementos mais pesados.

Então é por isso que você, eu, nós, o planeta Terra somos poeira de estrelas.

Todo o hidrogénio que compõe a água de nossos corpos, as nossas proteínas, etc.., foi formado logo após o Big Bang. E os componentes restantes um dia já estiveram no interior de uma estrela.

Por: Humberto O. Sousa em Falo o que Penso

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