
O jovem mouro jurou vingar a mãe e a irmã, mas Ramiro não se amedrontou e levou-o consigo para o seu castelo. Quando chegou a casa, aguardavam-no a mulher e a filha de nome Beatriz. O prisioneiro ao ver as duas mulheres, resolveu que seriam elas o alvo da sua vingança. Então, fez com que todos no castelo acreditassem que ele era uma boa pessoa, pois como servo atendia prontamente e com um sorriso nos lábios, os caprichos dos seus amos. Mas às escondidas fabricava um veneno, que lentamente mataria as duas mulheres e que não deixaria quaisquer vestígios. A esposa do cavaleiro Ramiro foi a primeira vítima. A boa dama a pouco e pouco adoeceu e definhou até à morte. Os médicos nada puderam fazer pela senhora. Ramiro, inconsolável com a morte da esposa, que à sua maneira muito amava, partiu para novas batalhas, deixando Beatriz confiada ao mouro, que entretanto tinha conquistado a confiança do vilão.
Mas o rapaz foi adiando a morte de Beatriz, porque no seu coração de infiel nascia um puro afecto que não tem credo: o amor. Os dias foram passando e também a filha de Ramiro se apaixonou pelo mouro. Então o carinho entre ambos falou mais alto, e as juras de vingança do mouro foram esquecidas.

Finalmente em casa, o pai conta à filha o que tinha pensado e logo ali decidiu que iria dar um grande jantar para escolher o futuro marido de Beatriz. Ao saber desta situação o jovem mouro ficou aflito só de pensar que poderia perder a bela donzela, e contou-lhe toda a sua história: desde a morte de sua mãe e irmã, às mãos de Ramiro, até à morte da mãe de Beatriz, por suas próprias mãos. Beatriz perdoou-lhe e ambos, cada vez mais apaixonados, numa noite cálida e iluminada pelas estrelas, fugiram do castelo e e nunca mais ninguém os viu… ou talvez não... é que se diz por aí, que nas noites de S. João, se olharmos para a torre mais alta do castelo, veremos um jovem casal eternamente abraçado. Há até quem tenha visto D. Ramiro ajoelhado aos pés dos jovens a pedir perdão. Aqui dividem-se as opiniões: muitos dizem que já ouviram o jovem mouro a gritar: "Maldição!!", uns poucos não duvidam que ouviram nitidamente o rapaz a dizer: "Estás perdoado!"
Esta história é uma das muitas, relacionada como castelo de Almourol.
Narração livre da lenda por Luísa L.
Seu Blog está cada vez melhor.Abraços
ResponderEliminarOi Luisa,
ResponderEliminarAdorei a lenda que ronda este castelo. Gosto muito dessas histórias. Sempre há alguma verdade nelas.
bjs
Saudações!
ResponderEliminarQue Post Fantástico!
Amiga LUÍSA, esse é mais um super texto que conseguimos ler de um só fôlego do começo ao fim, dada a beleza da fascinante lenda, e como você sabe sou um apaixonado por lendas, história e estórias.
Parabéns pelo fascinante texto!
Ótimo Post!
Abraços fraternos,
LISON.
Olá amiga Luísa.
ResponderEliminarAdorei o conto. Só espero que o jovem tenha dito "Estás perdoado!", a pesar de todas as adversidades.
Grande abraço, Fernandez.
Eu não sei até que ponto o perdão que somos capazes de dar (an natureza deste) é capaz de diluir um ódio alimentado durante tanto tempo. Não sei se o Amor dilui o tal ódio ou alimenta a trama dos fios traiçõeiros da teia do destino.
ResponderEliminarNão sei se somos capazes de perdoar verdadeiramente. talvez, só o tempo nos dê capacidade e condições de esquecer a tal ponto um episódio que não venhamos mais a reagir "visceralmente" (com o instinto) a um lembrança dolorosa.
Bjs Luisa!!
Luísa,
ResponderEliminarMarvailhosa estória; confabulando sobre ela, será que a jovem Beatriz teria perdoado o jovem mouro por ter matado sua mãe?
Um forte abraço!
Grande Luisa, tentei ler o texto, tanto no Firefox, assim como o explorer, mas tem um "lado escuro" no seu blog que insiste em não deixar ler o texto por completo .... sei lá, só sei que foi assim.
ResponderEliminarOlá querida amiga Luísa,
ResponderEliminarParabéns pela magnífica lenda, narrada de forma tão bela como sempre faz.
Como o final da estória é inespecífico, e a imaginação de cada um caminha a passos rápidos e largos, prefiro pensar que o perdão foi mútuo e os dois viveram felizes para sempre.
Amei sua narrativa.
Carinhoso e fraterno abraço,
Lilian
Luisa, seu universo cultural me encanta cada vez mais, parabéns!!
ResponderEliminarum abraço,
Geraldo.
OI, Luísa, gostei muito da lenda, mas a história tem nos mostrado fatos tão ou muito mais cruéis do que este.
ResponderEliminarUm abraço
João