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A poesia de Pablo Neruda é uma sucessão de homenagens, ao Homem, à Natureza, ao Mundo, às Américas e ao Amor, é um grito em verso às coisas simples da vida e do mundo. "
Canto Geral" foi por ele mesmo considerado o seu melhor trabalho, é isso mesmo: um canto para o Planeta, uma canção envolvente, um hino à beleza e às pequenas grandes coisas da vida. "
Residência na terra", "
O povo", "
Odes Elementares", "
Plenos Poderes", "
Pedras do Chile", "
Nasci para Nascer", "
Uma Casa na Areia", "
Cadernos de Temuco", "
Cem Sonetos de Amor", são alguns dos títulos da sua extensa obra, mas a minha predilecção vai para "
Confesso Que Vivi", um livro de memórias onde o poeta vai anotando as sua passagem pelo mundo, “
(...) Não vivi, talvez, em mim mesmo; vivi, talvez, a vida dos outros. De quanto nestas páginas deixei escrito se desprenderão sempre — como nos arvoredos de Outono, como no tempo das vindimas — as folhas amarelas que vão morrer e as uvas que reviverão no vinho sagrado. (…)”.
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Pablo Neruda nasceu na cidade chilena de Parral em 12 de Julho de 1904. Filho de José del Carmen Reyes Morales, operário ferroviário, e dona Rosa Basoalto Opazo, professora primária, falecida poucos anos depois de seu nascimento. Em 1906 a sua família muda-se para Temuco onde o seu pai volta a casar com Trinidad Candia Marverde, a quem o poeta menciona em diversos textos como em "
Confesso que vivi" e "
Memorial de Ilha Negra" como o nome de Mamadre. Realiza os seus estudos no Liceu para Rapazes dessa cidade, onde também publica os seus primeiros poemas no periódico regional
A Manhã. Em 1919 obtém o terceiro lugar nos Jogos Florais de Maule com seu poema
Nocturno Ideal. Em 1921 radica-se em Santiago, estuda pedagogia e francês na Universidade do Chile. Aí obtêm o primeiro prémio da Festa da Primavera com o poema "
A Canção de Festa", publicado posteriormente na revista
Juventude. Em 1923 publica
"Crespusculário", que é reconhecido por escritores como Alone, Raul Silva Castro e Pedro Prado. No ano seguinte aparecem pela Editorial Nascimento os seus "
Vinte poemas de amor e uma canção desesperada", no qual ainda se nota alguma influência do modernismo. Posteriormente o seu estilo altera-se e pode verificar-se uma verdadeira manifestação vanguardista em três breves livros publicados em 1936: "
O habitante e a sua esperança"; "
Anéis" (em colaboração com Tomás Lagos) e "
Tentativa do Homem Infinito".
Em 1927 começa sua longa carreira diplomática, quando é nomeado cônsul em Rangum, Birmânia. Nas suas muitas viagens conhece em Buenos Aires Federico Garcia Lorca, e, em Barcelo, Rafael Alberti. Em 1935, Manuel Altolaguirre entrega a Neruda a direcção da revista Cavalo Verde para a Poesia, na qual é companheiro dos poetas da geração de 1927. Nesse mesmo ano aparece a edição madrilenha de "Residência na Terra".
Em 1936, eclode a Guerra Civil espanhola, Neruda é destituído de seu cargo consular e escreve "Espanha no coração".
Em 1945 é eleito senador e obtém o Prémio Nacional de Literatura.
Em 1950 publica "Canto Geral", texto em que sua poesia adopta uma intenção social, ética e política.
Em 1952 publica "Os Versos do Capitão", e, em 1954 "As Luvas e o Vento" e "Odes Elementares".
Em 1958 aparece "Estravagario" com uma nova mudança no seu estilo poético.
Em 1965 é-lhe outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, Grã Bretanha.
Em Outubro de 1971 recebe o Prémio Nobel de Literatura.
Morre em Santiago do Chile no dia 23 de Setembro de 1973, após doença prolongada. Postumamente foram publicadas suas memórias em 1974, com o título "Confesso que Vivi"
Fonte: Wikipédia
Fotos: Sem referência
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