25 de fevereiro de 2011

Álvaro Pires de Évora (actividade conhecida 1411-1434)

Pouco se sabe sobre a vida do pintor Álvaro Pires de Évora, sendo desconhecidas tanto a sua data de nascimento, como de morte. Conhecido por Álvaro Pietro di Portugallo, tem duas assinaturas conhecidas: Alvarvs Petri de Portogallo, em italiano e Álvaro Pirez Devora, em português (pelo menos num quadro); de onde se pode deduzir que foi para Itália em adulto uma vez que sabia escrever em português. Apresenta como estilo dominante a chamada Pintura Florentina do Primo Quatrocento.

O percurso cultural do pintor moveu-se entre Florença e Siena, de 1411 a 1434, sendo Pisa e Volterra as cidades onde residiu após um período inicial em que teve residência na região de Florença. Os clientes da pintura de Álvaro Pires dividem-se entre as ordens religiosas e a rica burguesia mercantil italiana.

No que respeita às primeiras referências historiográficas a Álvaro Pires, são as seguintes: uma de Giorgio Vasari na obra Le Vite de' più Eccellenti Pittori, Scultori e Architettori, publicada em 1808, em Itália, e a segunda de José da Cunha Taborda, na obra Regras da arte da pintura datada de 1815, em Portugal.

Características da Obra

A sua pintura pode ser dividida em 3 períodos diferentes:

- 1º período até 1417;
- 2º período até cerca de 1425;
- 3º período a partir de 1427.

Sofre influências da Pintura Ibérica e da Pintura Toscana, sendo a composição dos quadros de tradição trecentesca, ou seja, as figuras são pesadas e com pouca mobilidade, mas com uma agitação na expressão dos rostos das figuras e nos panejamentos; há um sabor exótico e uma escala cromática pouco destoante, que evocam um gosto muito próprio da pintura da Península Ibérica, tais como as de Pedro Serra ou Jaime Ferrer.

Há também uma grande influência de pintores figurativos florentinos como Bartolo di Fredi, Nicolo Pietro Gerini ou Lippo Memmo, entre muitos outros. O seu mundo pictural é rebuscado, feito de intensas vibrações expressivas que conferem ao esplendor do ouro, às cores vivas, ao desenho fluido e à matéria rica, a função de narrar animar e exaltar factos e sentimentos. O enquadramento da pintura é, quase sempre, de gosto tradicional; trata-se de uma opção de segurança num período de crise económica e não tanto de uma opção puramente estética.

As figuras representadas, Anjos, Santos e a Virgem com o Menino surgem com uma postura igual aquela em que o pintor os imaginaria no Paraíso, sendo o seu conceito de Paraíso ainda de gosto medieval; contudo, o pintor pretende que a humanidade das figuras seja a protagonista de cada cena representada, o que significa que é o lado humano das personagens que ressalta, e não o lado etéreo das mesmas; os panejamentos são magníficos e a atenção a alguns pormenores mostram um mundo quase familiar.

Fonte: Wikipédia
Fotos de domínio público


Anunciação - Anjo

Anunciação - Maria

Nossa Senhora com Menino ao colo

Nossa Senhora com Menino ao colo

S. Miguel e Jesus

Jesus Cristo Ressuscitado

3 comentários:

  1. Olá Luisa,

    Mesmo entendendo muito pouco de pintura.. adorei estas obras...

    Abraço

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  2. Olá amiga Luisa!
    Realmente são pinturas bem interessantes.
    Abraços, Fernandez.

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  3. Nossa isso é muito antigo!
    Nesse tempo não existiam as facilidades técnicas de hoje como a tinta à óleo ou acrílica, devia ser técnica semelhante ao de Giotto, que aglutinava suas tintas com ovo,água e pigmentos.
    Essa técnica dá essa cor vibrante(cor mesmo, não me refiro ao folheado de ouro), e que mesmo com o passar dos anos, fica mais bela e intensa!
    Essas obras são como a pré história da arte na Europa, fabuloso!

    abraços, Cury

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